terça-feira, 27 de outubro de 2009

AXÉ (GÊNERO MUSICAL)



Axé (gênero musical)

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O álbum O Canto da Cidade de Daniela Mercury (foto) é considerado o responsável por levar o axé ao público brasileiro.

Ivete Sangalo é uma das cantoras de maior sucesso da música brasileira atualmente.

Claudia Leitte, ex-vocalista da banda Babado Novo, é uma das principais cantoras de axé atualmente.

O Axé é um gênero musical surgido no estado da Bahia na década de 1980, durante as manifestações populares do carnaval de Salvador,que mistura Frevo pernambucano, forró, Maracatu, Reggae e Calipso, que é derivado do Reggae.
No entanto, o termo Axé Music é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é Axé, pois lá há o Olodum, um ritmo da África do Sul, Samba de Roda e Pagode produzidos por algumas bandas, Calipso (gênero muscial), proveniente do Pará e Samba-reggae, uma novidade.
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra da língua inglesa music pelo jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.

Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou pelo país todo (com a realização de carnavais fora de época, as micaretas), e fortaleceu-se como indústria, produzindo sucessos durante todo o ano.

Guitarras elétricas

As origens do axé estão na década de 1950, quando Dodô e Osmar começam a tocar o frevo pernambucano em rudimentares guitarras elétricas (batizadas de guitarras baianas) em cima de uma Fobica (um Ford 1929). Nascia o trio elétrico, atração do carnaval baiano que Caetano Veloso chamou a atenção em 1968 na canção "Atrás do Trio Elétrico". Mais tarde, Moraes Moreira, dos Novos Baianos, teria a ideia de subir num trio (que era apenas instrumental) para cantar – foi o marco zero da axé music. Paralelamente ao movimento dos trios, aconteceu o da proliferação dos blocos-afro: Filhos de Gandhi (do qual Gilberto Gil faz parte), Badauê, Ilê Aiyê, Muzenza, Araketu e Olodum. Eles tocavam ritmos africanos como o ijexá, brasileiros como o maracatu e o samba (os instrumentos eram os das escolas de samba do Rio) e caribenhos como o merengue.

Com a cadência e as letras das canções de Bob Marley nos ouvidos, o Olodum criou um ritmo próprio que misturava Axé, Música Latina, Reggae e também Música Africana, estilo com forte caráter de afirmação da negritude, que fez sucesso em Salvador dos anos de 1980 com artistas como Lazzo, Tonho Matéria, Gerônimo e a Banda Reflexus – as canções chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Logo, Luiz Caldas (do trio Tapajós) e Paulinho Camafeu tiveram a ideia de juntar o frevo elétrico dos trios e o ijexá. Surgiu assim o "Deboche", que rendeu em 1986 o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: "Fricote", gravado por Caldas. A modernidade das guitarras se encontrava com a tradição dos tambores em mistura de alta octanagem.

Guinada para o Frevo e Pop Rock

Aquela nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco Araketu, gravado pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No mesmo ano, Daniela Mercury lançaria O Canto da Cidade, e o Brasil se renderia de vez ao axé. Aberta a porta, vieram Asa de Águia, Banda Eva (que nasceu do Bloco Eva e revelou Ivete Sangalo), Banda Mel (que depois assinaria como Bamdamel), Banda Cheiro de Amor, Ricardo Chaves e tantos outros nomes. A explosão comercial do axé passou longe da unanimidade. Dorival Caymmi reprovou suas qualidades artísticas, Caetano Veloso as endossou. Das tentativas de incorporar o repertório das bandas de pop rock, nasceu a marcha-frevo, que transformou sucessos como Eva (Rádio Táxi) e Me Chama (Lobão) em mais combustível para a folia.

Enquanto o axé se fortalecia comercialmente, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja música "Meia Lua Inteira" tinha estourado na voz de Caetano), que veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus, que há muito tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de Candomblé. Paralelamente à Timbalada, Brown lançou dois discos solos – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man (1998), que com sua autoral incorporação de várias tendências do pop e da MPB à música baiana, obteve grande reconhecimento no exterior. Além disso, ele desenvolveu um trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do Candeal, com a criação do espaço cultural Candyall Guetho Square, o grupo de percussão Lactomia (para formar uma nova geração de instrumentistas) e a escola de música Paracatum.Enquanto isso, os nomes de sucesso da música baiana multiplicavam-se: aos então conhecidos Banda Eva, Bamdamel, Araketu (que em 1994 vendeu 200 mil cópias do disco Araketu Bom Demais), Chiclete com Banana e Cheiro de Amor, juntaram-se o ex-Beijo Netinho e os grupos Jammil e Uma Noites, Pimenta N´Ativa e Bragadá.

Declínio e surgimento do Samba Reggae

Depois da década de 1990 a intitulada Axé Music perdeu forças para música internacional. Desta forma, os gêneros musicais brasileiros, até mesmo o pagode, saíram do sucesso máximo nas rádios, bares, restaurantes e clubes.
Os ritmos que compõem o movimento mercadológico da Axé Music continuam a existir, mas os lançamentos dos mais famosos artistas de Axé estão com poucas vendagens de discos e gravagens repetitivas. Paralelamente, surgiu uma nova manifestação musical no estado da Bahia que trouxe o samba de volta à música baiana, mas agora não na forma de samba-de-roda, mas uma mistura entre o samba, às vezes pagode, aliada à melodia reggae das músicas latinas e a presença do carácter de negritude com os atabaques na música. O samba-reggae, como é chamado por artistas famosos, apesar de ter origem na Bahia, não é considerado Axé e sim um estilo da Música Popular Brasileira independente e inovador.

Pau elétrico

Ver artigo principal: Guitarra baiana
Instrumento criado por Dodô para evitar a microfonia existente no violão elétrico utilizando o cêpo maciço que possibilitava a reprodução do som de forma perfeita. Inspirado no violão elétrico do carioca Benedito Chaves, o pau elétrico ou guitarra baiana possibilitou o desenvolvimento de uma nova forma de “fazer carnaval”.
[editar]Trio elétrico

Ver artigo principal: Trio elétrico
Criado por Dodô e Osmar a famosa fobica, remodelação de um velho Ford Bigode 1929, tornou-se o primeiro trio elétrico. Totalmente mudado e pintado para a festa, a fobica virou o palco perfeito para à guitarra baiana. Esta invenção transformou o carnaval de rua de Salvador. Que hoje em dia é agitado por vários cantores famosos na Bahia. Os shows dados em cima do trio elétrico são gratuitos e passam pelas ruas dos bairros como Barra, Ondina e Campo Grande. Atraindo uma grande multidão de pessoas, tanto anônimas quanto outros artistas e personalidades.
[editar]Afoxé

Ver artigo principal: Afoxé
No Estado da Bahia, o afoxé é formado principalmente por pessoas ligadas aos preceitos do candomblé. Tendo como a sua manifestação carnavalesca o resgate da herança cultural africana em seu ritmo, língua e vestimenta.
[editar]Bloco afro

Ver artigo principal: Bloco-afro
O bloco afro é um grupo carnavalesco que traz em suas músicas, vestimentas e origem étnica a herança africana.
[editar]Axé music

Ver artigo principal: Axé Music
O Axé Music é um ritmo baiano que nasce da mistura de ritmos no carnaval de Salvador. Fruto principalmente da fusão do frevo e do afoxé.

sábado, 24 de outubro de 2009

ORIGEM DA BOSSA NOVA



Após o lançamento, em 1959, do primeiro LP
de João Gilberto, também chamado Chega de
Saudade, a Bossa Nova rapidamente se
transformou em mania nacional e em poucos
anos conquistou o mundo.



Mas bem antes disso o Rio de Janeiro já vivia um
raro momento de florescimento artístico, como
poucas vezes se viu na história da cultura
nacional. Não é à toa que os anos 50 são
conhecidos como os "anos dourados". O Brasil
vivia então um período de crescimento
econômico que acabou se refletindo em todas as
áreas. Em 1956, Juscelino Kubitschek tomou
posse na Presidência da República com o slogan
desenvolvimentista "50 anos em 5"
No mesmo ano, foram lançados os romances 0
Encontro Marcado, do mineiro Fernando
Sabino, e Grande Sertão: Veredas, de João
Guimarães Rosa, dois importantes marcos na
história da literatura brasileira. Paralelamente,
surgia na poesia um movimento inspirado no
concretismo pictórico, cuja maior característica
foi a valorização gráfica da palavra e do qual
participaram nomes como os irmãos Augusto e
Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Ferreira
Gullar, entre outros.

Em 1957, estreava o filme Rio Zona Norte, de
Nelson Pereira dos Santos, um dos primeiros
representantes do que viria a ser chamado
Cinema Novo. Em 1958, a Seleção Brasileira de
Futebol conquistava sua primeira Copa do
Mundo, derrotando a seleção sueca por 5 a 2 e
levando o povo brasileiro a cantar alegremente
"A copa do mundo é nossa | Com brasileiro
não há quem possa". Também em 1958, Jorge
Amado lançava Gabriela Cravo e Canela e
Gianfrancesco Guarnieri estreava no Teatro de
Arena de São Paulo Eles Não Usam Blacktie,
um marco na linguagem do teatro brasileiro.

Em 1959, era lançado o movimento neoconcreto
nas artes plásticas, do qual fizeram parte Lygia
Clark, Hélio Oiticica e Lígia Pape, entre outros.
Em 1960, Juscelino Kubitschek inaugurava a
nova capital do país, Brasília, que possivelmente
teve a primeira música de Bossa Nova em sua
homenagem, composta por Chico Feitosa. Billy
Branco havia feito um sambinha jocoso, Não
Vou, Não Vou Pra Brasília, e Chico musicou
uma letra que falava da vida na nova cidade. O
tema, chamado Paranoá, nunca foi gravado, mas
encontra-se preservado numa gravação particular
feita na época, com o próprio Chico Fim de
Noite cantando. Foi neste contexto que surgiu o
movimento que viria a revolucionar não só a
música brasileira mas toda a produção musical
internacional.

Ainda nos anos 40, a grande novidade musical
foi o lançamento, em 1946, de Copacabana um
samba-canção de João de Barro e Alberto
Ribeiro, gravado pelo cantor Dick Farney com
claras influências da música americana. A
composição foi a precursora do que se chamou
samba moderno, cujos grandes intérpretes foram
o próprio Dick Farney e Lúcio Alves.

A suposta rivalidade destes dois grandes
cantores era alimentada pela imprensa e por seus
fã-clubes. No início dos anos 50, eram eles, com
suas vozes aveludadas, os maiores ídolos da
juventude brasileira. Ao lado de Ary Barroso,
Johnny Alf, Garoto, Dolores Duran, Luiz Bonfá e
Tito Madi, entre outros, influenciaram
decisivamente a formação da geração que se
consagraria através da Bossa Nova

Na área de composição, quem mais havia ousado
era o romântico Custódio, morto precocemente
aos 35 anos, em 1945, autor de Mulher, Velho
Realejo e Saia do Caminho, seu maior sucesso, e
Noturno, composição de harmonia muito
elaborada, de bela linha melódica e considerada,
na época, um verdadeiro teste de interpretação
para qualquer cantor ou cantora.

Custódio, que compôs cerca de 700 canções,
gravadas pelos grandes nomes da época, como
Orlando Silva e Sílvio Caídas, já tentava misturar
os recursos do jazz e da música erudita aos
elementos da música brasileira.

Também era moderno gostar de conjuntos vocais
como os Garotos da Lua, do qual João Gilberto
foi crooner, e os Quitandinha Serenaders, que
contavam com Luiz Bonfá ao violão. Ou ainda Os
Cariocas, então em sua formação original: lsmael
Netto, Severino Filho, Badeco, Quartera e Valdir.

Todos eles também demonstravam uma sensível
influência da música americana, mais elaborada e
de uma certa forma mais elegante.

Billy Blanco foi um dos primeiros parceiros de Tom Jobim e Dolores Duran.
Dick Farney, nome artístico de Farnésio Dutra da
Silva, chegou a ser apelidado de "o Frank Sinatra
brasileiro", tal a qualidade de sua voz. Logo após
o lançamento de Copacabana, Dick, um
apaixonado pela música americana, especialmente
por Sinatra, Mel Tormé e Dick Haymes,
embarcou para os Estados Unidos a fim de tentar
a carreira por lá, cantando também em inglês.
Em 1948, o cantor voltou ao Brasil, mas sua
carreira já estava irremediavelmente influenciada
pela música americana. Nos anos seguintes ele
gravaria sucessos como Marina e Alguém Como
Tu. No verão de 1949, foi fundado na Rua Dr.
Moura Brito, na Tijuca, o primeiro fã-clube do
Brasil: o Sinatra-Farney Fã-Clube, do qual faziam
parte nomes como Johnny Alf, João Donato e
Paulo Moura. Lá, além de ouvir fervorosamente
sucessos de seus dois ídolos, eles também
começavam a "arranhar" os seus instrumentos.

Voltando para a América, Dick tornou-se amigo
dos mais conhecidos instrumentistas do jazz como
Dave Brubeck, uma de suas principais influências
no piano.

Na década de 50, já amigo de diversos músicos
americanos e com respeitado conceito entre eles,
Dick Farney tocava no Peacock Alley, um
requintado bar do hotel Waldorf Astoria, em
Nova York. Como os frequentadores do bar em
sua maioria não falavam português, Dick
apresentava a música Copacabana com uma
versão em inglês. Na época, Ipanema ainda não
era cantada em prosa e verso, sendo o bairro de
Copacabana o verdadeiro cartão-postal do Rio de
Janeiro, o que despertava a curiosidade, na letra
em inglês, da canção que havia sido no Brasil um
grande sucesso do cantor.

Numa viagem ao Rio, em 1958, Dick deu um
memorável concerto de jazz no auditório do jornal
O Globo, apresentando-se com o baixista Xu
baiana e o baterista Rubinho. Entre os temas de
jazz, tocou sua versão de Copacabana com a
letra em português e inglês, o que foi o sucesso da
noite. O concerto foi gravado ao vivo e virou um
LP no qual curiosamente a faixa Copacabana não
se encontra. Dick Farney foi um dos primeiros
cantores a procurar uma nova maneira de
interpretar o samba. "Por que não existe um
samba que a gente possa cantarolar no ouvido
da namorada?", perguntava ele.

Obs.:João Goulart, Dolores Duran, Lúcio Alves e Nora Ney.
Todos anteriores à Bossa Nova.

Logo em seguida, uma turma de adolescentes do
Flamengo resolveu criar o Dick Haymes-Lúcio
Fan Club, para homenagear o fundador do grupo
Namorados da Lua. Lúcio Ciribelli Alves, nascido
em Cataguases, Minas Gerais, também era um
amante da música americana, principalmente do
jazz, que começou a ouvir ainda criança, na
Tijuca. Estimulado pela família, Lúcio participou
de um programa infantil na Rádio Mayrink Veiga,
Bombonzinho. Deste, passou para o Picolino, na
mesma rádio. De lá foi para a Rádio Nacional,
onde, no programa Em Busca de Talentos,
ganhou o primeiro prêmio. Daí em diante, Lúcio
não parou mais de cantar. Fã de conjuntos vocais
como Pied Pipers, Moderneer's e Starlighter's, aos
14 anos fundou o grupo Namorados da Lua, do
qual era crooner, violonista e arranjador. Com o
grupo vocal, inscreveu-se no programa de
calouros de Ary Barroso, conseguindo o primeiro
lugar. A partir daí, os Namorados gravaram mais
de 40 discos em 78 rotações e apresentaram-se
em cinemas e cassinos durante alguns anos.

Em 1947, Lúcio foi convidado para integrar, em
Cuba, o grupo Anjos do Inferno. De lá, com o
grupo, foi para os Estados Unidos, onde, assim
como Dick Farney, também muito aprendeu. Logo
Carmen Miranda convidava os Anjos para
acompanhá-la. Lúcio, no entanto, preferiu
abandonar o grupo e voltar para o Brasil,
encantando seus fãs com sucessos como Foi a
Noite, De Conversa em Conversa e Sábado em
Copacabana.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A HISTÓRIA DO ROCK AND ROLL (1940-1960)



Origens do gênero
As origens do rock and roll remontam ao final dos anos 1940 e início dos anos 1950 através de uma combinação de diversos gêneros musicais (predominantemente afro-americanos) populares naquele momento. Estes incluíram o gospel, a folk music e o blues - em especial as formas elétricas desenvolvidas em Memphis, Chicago, Nova Orleans, Texas, Califórnia e outros lugares - à base de um boogie woogie tocado no piano e um jump blues que foram se tornando conhecidos coletivamente como rhythm and blues. Também neste caldeirão, adicionaram-se influências de country music e jazz.

No entanto, elementos de rock and roll podem ser ouvidos em gravações country da década de 1930 e blues dos anos 1920. Durante aquele período muitos brancos norte-americanos experimentaram o jazz e o blues afro-americanos. Freqüentemente, a música "negra" era relegada a condição de produto musical racial (código da indústria fonográfica para estações de rádio de rhythm and blues) e raramente era ouvida pela corrente majoritária branca. Poucos músicos negros de rhythm and blues, notadamente Louis Jordan, The Mills Brothers e The Ink Spots, alcançaram algum sucesso, embora em alguns casos (como o da canção 'Choo Choo Ch'Boogie', de Jordan), este êxito tenha sido alcançado com canções escritas por compositores brancos. O gênero Western swing da década de 1930, geralmente tocado por músicos brancos, também seduziu fortemente o blues e diretamente influenciou o rockabilly e o rock and roll, como pode ser ouvido, por exemplo, na canção Jailhouse Rock, de Elvis Presley, de 1957.

Voltando ainda mais longe, o rock and roll pode traçar uma linhagem para o velho distrito Five Points, em Manhattan, em meados do século XIX, cenário da primeira fusão pesadamente rítmica de danças africanas com a melodia de gêneros europeus, especialmente de origem irlandeses. Em 1956 no filme Rock, Rock, Rock, Alan Freed interpreta a si mesmo, diz ao público que "Rock and roll é um rio musical que tem absorvido muitos riachos: rhythm and blues, jazz, ragtime, canções de cowboy, canções country e música folk. Todos contribuíram para o big beat.

A tabela abaixo aponta algumas (mas não todas) das principais influências sobre rock and roll. Qual deve ser salientado é que, antes do rock and roll, a música foi categorizada por raça, nacionalidade, localização, estilo, instrumentação, técnicas vocais, e mesmo de religião. No entanto, com a imensa popularidade e sucesso comercial de Elvis Presley em 1956, Rock and roll se tornou um objeto angular da indústria da música na América. Nunca mais a música foi definida e categorizada desta forma. Pelo contrário, tornou-se inclusive de quase todos os tipos de música que tinha ganhado uma certa quantia de popularidade.

Influências da Música Country Influências do Rhythm & Blues Outras Influências
Rockabilly
Western Swing
Bluegrass
Honky Tonk
Blues
Jazz
Boogie Woogie
Negro spirituals
Folk
Gospel
Música Pop
Big Bands

[editar]Origens da expressão
Em 1951, em Cleveland, Ohio, o DJ Alan Freed começou a tocar rhythm and blues para uma audiência multi-racial. Freed é creditado como o primeiro a utilizar a expressão 'rock and roll' para descrever a música. No entanto, o termo já tinha sido introduzido ao público dos EUA, especialmente na letras de muitas gravações rhythm and blues. Três diferentes canções com o título 'Rock and Roll' foram gravadas no final dos anos 1940: uma em 1947 por Paul Bascomb, outra por Wild Bill Moore, em 1948, e ainda outra em 1949 por Doles Dickens, e a expressão estava em constante uso nas letras de canções R&B da época. Um outro registo onde a frase foi repetida durante toda a canção foi em Rock and Roll Blues, gravado em 1949 por Erline 'Rock and Roll' Harris.

A expressão foi também incluída nos anúncios para o filme Wabash Avenue, estrelado por Betty Grable e Victor Mature. Um propaganda para o filme que circulou em 12 de abril de 1950 anunciou Ms. Grable como ...the first lady of rock and roll e Wabash Avenue como ...the roaring street she rocked to fame.

Até então, a frase rocking and rolling (balançar e rolar), conforme uma gíria laica negra para dançar ou fazer sexo, apareceu em gravações pela primeira vez em 1922, na canção My Man Rocks Me Com Um Steady Roll, de Trixie Smith. Mesmo antes, em 1916, o termo rocking and rolling foi usado com uma conotação religiosa, no registro fonográfico de The Camp Meeting Jubilee, gravado por um quarteto masculino desconhecido.

A palavra rock teve uma longa história no idioma inglês como uma metáfora para to shake up, to disturb or to incite ("sacudir, perturbar ou incitar"). Em 1937, Chick Webb e Ella Fitzgerald gravaram "Rock It for Me", que incluía na letra o verso So won't you satisfy my soul with the rock and roll. (Então, você não vai satisfazer a minha alma com o rock and roll.). Rocking era um termo usado por cantores negros gospel no Sul dos Estados Unidos para dizer algo semelhante ao êxtase espiritual. Pela década de 1940, no entanto, o termo foi usado como um duplo sentido, referindo-se pretensamente a dançar, mas também com o significado de implícito de sexo, como em "Good Rocking Tonight", de Roy Brown.

O verbo roll era uma metáfora medieval que significava ter relações sexuais. Durante centenas de anos, escritores têm utilizado expressões como They had a roll in the hay ou I rolled her in the clover. Os termos eram muitas vezes utilizados em conjunto (rocking and rolling) para descrever o movimento de um navio no mar, por exemplo, como na canção Rock and Roll, das Irmãs Boswell, em 1934, que apareceu no filme Transatlantic Merry-Go-Round' (literalmente, Transatlântico Carrossel), naquele mesmo ano, e na canção "Rockin 'Rollin' Mama", de Buddy Jones, em 1939. O cantor country Tommy Scott se referia ao movimento de um trem na ferrovia em Rockin e Rollin, de 1951.

Uma versão alternativa alegação é a de que as origens de rocking and rolling pode ainda remontar aos trabalhadores que trabalhavam nas ferrovias Reconstruction South. Esses homens cantariam canções na batida do martelo para manter o ritmo do seu instrumento de trabalho. Ao final de cada linha em uma canção, os homens balançariam seus martelos para baixo para furar um buraco na rocha. Os shakers - homens que ocupavam as pontas de aço perfuradas pelo martelo humano - balançariam o prego para frente e para trás para limpar a pedra ou rolar, girando o prego para melhorar a 'mordida' da broca.
[editar]Início e primeiras gravações

[editar]Rockabilly
Ver artigo principal: Rockabilly
"Rockabilly", geralmente (mas não exclusivamente) se refere ao tipo de rock and roll, que foi tocado e gravado em meados dos anos 1950 pelos brancos cantores, como Elvis Presley, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis, que tinha bastante influência da música country. Muitos outros cantores populares de rock and roll da época, tais como Fats Domino, Chuck Berry e Little Richard, vieram da tradição do rhythm and blues negro, faziam músicas que atraim a platéias brancas, e normalmente não são classificados como "rockabilly".

Em julho de 1954, Elvis Presley gravou um hit regional "That's All Right (Mama)" pela gravadora de Sam Phillips, a Sun Records em em Memphis. Dois meses antes, em Maio de 1954, Bill Haley e Seus Cometas gravaram "Rock Around the Clock". Embora apenas tenha sido um hit menor quando lançado, quando usado na seqüência de abertura do filme "Blackboard Jungle", um ano mais tarde, ela realmente passou a definir 'boom' do rock and roll em movimento. A canção se tornou um dos maiores sucessos na história, e frenéticos grupos adolescentes para ver Haley e os Cometas tocar, causavam em algumas cidades. "Rock Around the Clock" foi um avanço tanto para o grupo e para todas as músicas de rock and roll. Se tudo que veio antes de lançar as bases, "Clock" introduziu a música para um público global.
[editar]Impacto cultural

Alan Freed, também conhecido como "Moondog", é creditado como o primeiro a utilizar a expressão "rock and roll" para descrever a música rhythm and [blues tocada para uma audiência multi-racial. Enquanto trabalhava como DJ na estação de rádio WJW, em Cleveland, ele também organizou o primeiro grande concerto de rock and roll, o "Moondog Coronation Ball", em 21 de março de 1952.

O evento era na verdade um conjunto de cinco espetáculos apresentados em Cleveland. Já no primeiro show, a procura por ingresso foi enorme e o concerto teve de ser encerrado devido à superlotação. Posteriormente, Freed organizou muitos concertos de rock and roll marcados pela presença tanto de brancos quanto de negros, contribuindo ainda mais para introduzir estilos musicais afro-americanos para um público mais vasto.

[editar]Tensões raciais
O rock and roll surgiu em uma época em que as tensões raciais nos Estados Unidos estavam próximos de vir à tona. Os negros norte-americanos protestavam contra a segregação de escolas e instalações públicas. A doutrina racista "separate but equal" foi nominalmente derrubada pela Suprema Corte em 1954, mas a difícil tarefa de fazer respeitar a decisão estava por vir. Este novo gênero musical combinando elementos das músicas branca e negra inevitavelmente provocou fortes reações.

Depois do "The Moondog Coronation Ball", as gravadoras logo compreenderam que havia mercado formado pelo público branco para a música negra que estava para além das fronteiras estilísticas do rhythm and blues. Mesmo o preconceito considerável e as barreiras raciais não podiam barrar as forças do mercado. O rock and roll tornou-se um sucesso de um dia para outro nos EUA, fazendo ondulações do outro lado do Oceano Atlântico e, talvez, culminando em 1964 com a "Invasão Britânica".

Os efeitos sociais do rock and roll foram massivos mundialmente, que influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem. Além disso, o rock and roll pode ter ajudado a causa do movimento dos direitos civis, porque tanto os jovens norte-americanos brancos como os negros adoravam o gênero, que ainda derivou muitos estilos musicais: progressivo, punk, heavy metal e alternativo são apenas alguns dos gêneros que surgiram na esteira diante do Rock and Roll.

[editar]Cultura teen
Um ídolo teen geralmente era um artista que atraía um grande número de seguidores, principalmente adolescentes do sexo feminino, devido à sua boa aparência e ao seu apelo sexual, assim como suas qualidades musicais. Um bom exemplo é Frank Sinatra na década de 1940, embora um exemplo anterior possa ser Rudy Vallée. Com o nascimento do rock and roll, Elvis Presley se tornou um dos maiores ídolos teen de todos os tempos. Seu sucesso levou promoters a criação deliberada de novos ídolos 'rock and roll', tais como Frankie Avalon e Ricky Nelson. Outros músicos daquela época também atingiram popularidade.

Seguidos por muitos outros artistas com grande apelo para um público adolescente, incluindo os Beatles e os Monkees, estes ídolos teen não eram só conhecidos pela sua cativante música pop, mas também pela boa aparência que desempenhava um importante papel no seu sucesso. Foi por isso que algumas revistas, exclusivamente orientada para o público jovem ("16 Magazine", "Tiger Beat", etc), foram criadas. Essas revistas mensais tipicamente estampavam um ídolo teen popular na capa, bem como fotografias atraentes, uma seção de Perguntas & Respostas, e uma lista de predileções de cada ídolo (ou seja, cor favorita, legume favorito, cor do cabelo favorito, etc.). Os ídolos teen também influenciaram da produção de desenhos animados matutinos a brinquedos, entre outros produtos. No auge da popularidade do ídolo teen, não era incomum para ver perucas inspiradas no corte de cabelo dos Beatles, por exemplo.

[editar]Militar
Durante a guerra do Vietnã, o termo "Rock and Roll" se referia ao disparo com uma arma automática (geralmente o fuzil M-16), empunhando a arma no quadril como uma guitarra. Era muitas vezes utilizado o termo "Let's Rock and Roll".

[editar]Estilo de Dança
Desde o seu início na década de cinqüenta até o início dos anos sessenta, a música rock and roll gerou novos estilos de danças. Adolescentes encontraram no ritmo irregular do Contratempo a brecha para reavivar a dança jitterbug da era das big bands. Danças Sock-hops, de ginásio ou de festas em porões residenciais tornaram-se uma mania, e os jovens norte-americanos assistiam ao programa de televisão American Coreto, apresentado por Dick Clark, para se manter atualizados sobre os mais recentes estilos de dança e moda. A partir de meados dos anos 1960, quando o 'rock and roll' gradualmente tornou-se 'rock', este influenciou danças de gêneros musicais seguintes, começando pelo twist, e conduziu em direção ao funk, disco, house e techno.
[editar]Rock Britânico

Ver artigo principal: Rock britânico
O movimento trad jazz e viagem de artistas de blues para a Grã-Bretanha, e a versão de Lonnie Donegan para "Rock Island Line" em 1955 a música skiffle passou a inspirar muitos jovens a terem um caminho musical. Dentre eles, John Lennon e Paul McCartney, cujo grupo The Quarrymen formado em Março de 1957, iria mudar gradativamente e se transformar em The Beatles. Estes desenvolvimentos primário no Reino Unido era uma responda criativa ao rock and roll americano, que teve um impacto global. Na Grã-Bretanha, bandas de skiffle, gravaram em pleno florescimento da cultura entre os jovens antes da era do rock, cor e barreiras foram deixando de ser um problema com a idéia de separar "race records" já estava chegando ao fim. Inúmeros jovens britânicos escutavam R&B e os pioneiros do rock e começaram a formar suas próprias bandas. A Grã-Bretanha se tornou rapidamente um novo centro de rock and roll.

Em 1958 três adolescentes britânicos criaram Cliff Richard e os Drifters (mais tarde renomeado Cliff Richard e The Shadows). O grupo gravou um hit, "Move It", a marcação não só aquilo que é detido para ser o primeiro verdadeiro rock and roll feito na Grã-Bretanha, mas também o início de um som diferente, o rock britânico. Richard e sua banda introduziu muitas alterações importantes na Grã-Bretanha, tais como a utilização de uma "guitarra base" (Hank Marvin) e um baixo elétrico.
A cena britânica desenvolveu, com os outros, incluindo Tommy Steele, Adam Faith e Billy Fury vying para imitar as estrelas dos EUA. Alguns shows tiveram bastante popularidade na Grã-Bretanha, um exemplo os do Gene Vincent. Isto inspirou muitos jovens britânicos a comprar discos cada vez mais e seguir o cenário musical, lançando assim as bases para a Beatlemania.

No início dos anos 1960, a música instrumental foi muito popular no Reino Unido. Hits como "Apache" por The Shadows e "Telstar" pelo The Tornados (produzido por Joe Meek), formam uma filial britânica da música instrumental.

Ao mesmo tempo, no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, fãs de R&B, como Alexis Korner criavam um autêntico blues americano em clubes londrinos, e em outros lugares, num momento em que esta música teve declínio de popularidade de nos EUA. Isto proporcionou diretamente formação de grupos como The Rolling Stones e The Yardbirds, em Londres, The Animals em, Newcastle, e Them, em Belfast. Nos EUA, esses grupos se tornaram conhecidos como parte da Invasão Britânica.
Referências

[editar]Ver também

Rock brasileiro
Rock português
[editar]Ligações externas

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MÚSICA SERTANEJA ATUAL E O CENTRO URBANO: QUESTÃO DE AFINIDADE

A música sertaneja agora é romântica, pop e urbanizada. As duplas deixam de vir apenas das cidades interioranas e começam a se formar em grandes centros urbanos, como é o caso de Fabrício e Fabian, surgida no Rio de Janeiro.

O segundo álbum da dupla, Felicidade, lançado pela gravadora Simbrasil e distribuído pela Ouver Records, tem direção artística do maestro Roger Henri e arranjos de Paulo Henrique Castanheira.

Além de cantar, os irmãos também são compositores. Juntos, Fabrício e Fabian já escreveram mais de cem letras, algumas delas em parceria com importantes autores goianos como Rivanil, na canção Cumade e cumpadre, sucesso na voz de Leonardo; Everton Mattos, em Tachan no Hawai e Jairo Góes e Edmar Neves, compositor de Água de coco, também sucesso do cantor Leonardo. Em Felicidade, quatro canções das 14 faixas do novo trabalho são assinadas pela dupla: Por isso estás partindo (versão de That’s Why, de Jascha Richter, vocalista da banda dinamarquesa Michael Learns to Rock), Jóias de valor, voe contra o tempo (versão de Proud Mary, cantada por John C. Forgety, do Cre-edence Clearwater Reviva), e Rodeio no coração.

O Brasil finalmente mostra a sua cara. É um país eminentemente rural, nossas raízes estão fincadas no chão sem asfalto, na molecada de pés descalços e de violeiros de mãos calejadas. Parece que estamos vencendo o preconceito de que música sertaneja é do gosto e deleite somente de interioranos. Hoje, como já vimos temos duplas sertanejas vindas dos grandes centros, porém, ainda temos grandes nomes sertanejos vindos dos rincões de Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Goiás, etc...e fazendo sucesso nos grandes centros. O ideal no momento, já que não se pode evitar, é torcer para que haja uma junção dessa mescla de músicos para fortalecer o que mais importa na música sertaneja: - Que ao ouvi-la possa-se imaginar o mestre Carreirinho tocando sua inconfundível viola acompanhado pela voz lacrimosa de Leonardo.

Às vezes, tenho a impressão de que só essa musicalidade sertaneja pode resgatar o gosto apurado por coisas vindas da terra e com cheiro de mato. Só não podemos deixar que as novidades vindas dos eletrônicos varra de vez o que nós temos de mais bonito na cultura caipira: a naturalidade.

Por outro lado, sentimos falta das raízes sertanejas de mãos calejadas com suas violas ao vermos duplas que levam o nome universitário parecendo sair de um desfile fashion. Paga-se um preço por tudo se modificar, por tudo se transformar. Então o que nos resta? Acho que é acompanhar essa transformação dançando conforme a música e cantando sem desafinar, porém sem perder o gosto pelo simples, pela naturalidade. E que viva e sobreviva a afinidade.

E como diria um bom goiano: O TREM CUSTOSO!...

Portanto, salvemos o Sérgio Reis que existe dentro de cada um de nós.Ainda há tempo.

domingo, 11 de outubro de 2009

QUEM FOI CARREIRINHO - Rei da Viola Caipira



Carreirinho nasceu em 1921 na pequena Bofete, interior de São Paulo, a mesma cidade descrita e estudada no clássico da sociologia Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, para relatar a cultura caipira. Bofete hoje tem até praça com monumento de Carrerinho. Inezita Barroso, a apresentadora do "Viola, minha viola", da TV Cultura, lembra que esse era um orgulho dele.

- Carrerinho tinha um carinho grande pelas pessoas que lembravam dele por sua história muito digna e bela. Uma vez, numa homenagem, fizemos uma foto de frente ao monumento dele na cidade. Fotografia que guardo com o coração - diz Inezita Barroso

Entre suas principais músicas, está "Ferreirinha" - a crônica de um peão que procurava seu amigo desaparecido depois de sair para tocar uma boiada. O encontrou morto e fez um malabarismo para levá-lo para um enterro decente.

Morre Carreirinho, um dos últimos caipiras do Brasil.

Dos patriarcas da música caipira, hoje restam alguns poucos. A contar nos dedos. Sinal de um tempo passado em que a viola transpirava o Brasil antigo, guardado nos rincões das fazendas e que desembarcavam com sucesso estrondoso nas ondas das rádios da capital. Esse país da cultura popular está de luto, com a morte de um de seus principais compositores caipiras: Carreirinho, autor de clássicos como "Boi soberano" e "Ferreirinha".

Aos 87 anos,no ano de 2008, Adalto Ezequiel faleceu num hospital paulistano, vítima de complicações após um derrame que o deixou inconsciente e respirando com a ajuda de aparelhos há mais de uma semana. O velório e o enterro serão realizados hoje no Cemitério Jaraguá, no Km 23 da rodovia Anhanguera, em São Paulo. Carreirinho deixa dona Mariana como viúva.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ORIGEM DA MÚSICA SERTANEJA










A música Sertaneja surgiu ainda na década de 10.

O pioneiro desse movimento foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. Desde encenações teatrais à cantores de estilos como o Catira, etc...

Em 1912, Cornélio lançou um livro chamado Musa Caipira, que trazia versos típicos.

No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples omo a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc...Valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires.

O primeiro registro de um grupo de música Sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires), formada por violeiros como Caçula e Sorocabinha, e alguns outros tão importantes da época.

Agora o primeiro registro fonográfico do estilo, deu-se em 1929 quando Cornélio Pires desacreditado pela gravadora Columbia resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas.
Começava daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras.
Assim como na música Country americana, uma gravadora que se interessou pela geração desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras.

Já com inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, no final da década de 20 começou a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e Ferrinho, Sorocabinha e Mandy, na maioria violeiros das turmas do Cornélio e da Victor.

Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho) que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre a dupla é que de tanta "descontração" foram presos pelo governo de Getúlio Vargas.

E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do caipira, etc...

No ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovaram introduzindo à música sertaneja o Violão.

Mais para frente Raul Torres e Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio dedicado a música sertaneja, transmitido pela Record com a participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do Sertão.

Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja, e o movimento que até então era apenas do eixo São Paulo-Minas Gerais, passou a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco estado de Raul Torres, Mato Grosso, etc...

Hoje em dia para qualquer lado que se olhe existe um representante da música sertaneja, que deixou de ser um tributo aos sentimentos do homem do campo para se tornar sinônimo de cifras e grande espetáculos, onde a última coisa que se ouve é o dedilhar de uma viola tocada pelas mãos calejadas da enxada e o puro sentimento ingênuo dos homens e mulheres dessas regiões.

Estamos falando de uma tradição muito significativa, não podemos passar engodo. Sou admiradora dessa maravilhosa cultura. Gosto da musica caipira, viola, violão e peito bom pra cantar é essa a exigência. Adoro uma sanfona. Já temos o carimbo de aprovado do "Carreirinho e Inezita Barroso", precisamos agora do Dino Franco para completar os grandes da atualidade. Carreirinho infelizmente nos deixou, na minha opinião o maior.