sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MÚSICA SERTANEJA ATUAL E O CENTRO URBANO: QUESTÃO DE AFINIDADE

A música sertaneja agora é romântica, pop e urbanizada. As duplas deixam de vir apenas das cidades interioranas e começam a se formar em grandes centros urbanos, como é o caso de Fabrício e Fabian, surgida no Rio de Janeiro.

O segundo álbum da dupla, Felicidade, lançado pela gravadora Simbrasil e distribuído pela Ouver Records, tem direção artística do maestro Roger Henri e arranjos de Paulo Henrique Castanheira.

Além de cantar, os irmãos também são compositores. Juntos, Fabrício e Fabian já escreveram mais de cem letras, algumas delas em parceria com importantes autores goianos como Rivanil, na canção Cumade e cumpadre, sucesso na voz de Leonardo; Everton Mattos, em Tachan no Hawai e Jairo Góes e Edmar Neves, compositor de Água de coco, também sucesso do cantor Leonardo. Em Felicidade, quatro canções das 14 faixas do novo trabalho são assinadas pela dupla: Por isso estás partindo (versão de That’s Why, de Jascha Richter, vocalista da banda dinamarquesa Michael Learns to Rock), Jóias de valor, voe contra o tempo (versão de Proud Mary, cantada por John C. Forgety, do Cre-edence Clearwater Reviva), e Rodeio no coração.

O Brasil finalmente mostra a sua cara. É um país eminentemente rural, nossas raízes estão fincadas no chão sem asfalto, na molecada de pés descalços e de violeiros de mãos calejadas. Parece que estamos vencendo o preconceito de que música sertaneja é do gosto e deleite somente de interioranos. Hoje, como já vimos temos duplas sertanejas vindas dos grandes centros, porém, ainda temos grandes nomes sertanejos vindos dos rincões de Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Goiás, etc...e fazendo sucesso nos grandes centros. O ideal no momento, já que não se pode evitar, é torcer para que haja uma junção dessa mescla de músicos para fortalecer o que mais importa na música sertaneja: - Que ao ouvi-la possa-se imaginar o mestre Carreirinho tocando sua inconfundível viola acompanhado pela voz lacrimosa de Leonardo.

Às vezes, tenho a impressão de que só essa musicalidade sertaneja pode resgatar o gosto apurado por coisas vindas da terra e com cheiro de mato. Só não podemos deixar que as novidades vindas dos eletrônicos varra de vez o que nós temos de mais bonito na cultura caipira: a naturalidade.

Por outro lado, sentimos falta das raízes sertanejas de mãos calejadas com suas violas ao vermos duplas que levam o nome universitário parecendo sair de um desfile fashion. Paga-se um preço por tudo se modificar, por tudo se transformar. Então o que nos resta? Acho que é acompanhar essa transformação dançando conforme a música e cantando sem desafinar, porém sem perder o gosto pelo simples, pela naturalidade. E que viva e sobreviva a afinidade.

E como diria um bom goiano: O TREM CUSTOSO!...

Portanto, salvemos o Sérgio Reis que existe dentro de cada um de nós.Ainda há tempo.

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